sábado, 28 de abril de 2007

hoje, despertei
e me encontrei
sozinho
longe
do que estava perto
de mim,
ontem

terça-feira, 24 de abril de 2007

Meu amigo baratinho
Teve uma enxurrada de idéias
De rimas

Fique calmo amiguinho
Dorme bem
Dorme em paz
Que amanhã tem mais

Assim, você está me deixando pra trás

segunda-feira, 23 de abril de 2007

tentei fazer uma poesia
desejos, intentos, desígnios
já são vinte e dois
e vou tentando
até agora nem chico
torquato ou pessoa
tentando como quem vive à toa
na estante, livros, vinis e uma esperança
no coração, uma sensação e uma criança
não obstante, bateria e alto-falante
só pra mim, no meu quarto, meu momento
num sonho, num sopro, de uma vez
se eu ainda não sei, ainda tento
eu gosto de escrever
desde que ninguém leia
eu gosto de transar no escuro
desde que eu veja
eu gosto de rezar pra deus
desde que ele lá esteja
eu não gosto de gostar dela
eu não sou o que ela deseja.
não dá.
quando não consigo dormir
chega a cansar ficar deitado na cama.
me consome o fato de algo me consumir
pra não me deixar dormir.
daí eu levanto, bebo água, abro a geladeira
pego dois ovos e cozinho-os.
como pão, azeite e sal e penso muito
na vida. penso bem, na tranquilidade
assustadora de barulhinhos na madrugada.
daqui ninguém leva nada
tá tudo estragado, cinza, sujo
é todo armado concreto
é tudo concreto, duro, incompleto
não há espaço pra sonho

devaneios escassos

ninguém parece comigo
neste vagão apertado
ninguém veio do mesmo lugar
eles são feios e estão cansados
alguns se salvam; outros são barulhentos
alguns empurram, roubam
ignoram e passam. apressado.

o que me prende nesse amálgama inóspito?
que desquite socializado. daí lembro
da rua, do futebol, dos amigos
das garotas, e perto da sombra de
um prédio, ainda bate um sol, que dora
minha face, e sinto que são paulo
é dura, mas nenhum amor é fácil.
à ferro, à fogo, à pau, à pique
paulo leminsky faz coisas
de um jeito, que provo, que
realmente eu não consigo.
quando criança os
monstros debaixo da cama
nos assusta.
daí você cresce e descobre
que os mosntros são coisa
da sua cabeça.
daí quando você adulto não
dorme porque, a sua cabeça
está enfestada de monstros
aí sim é bem mais assutador.
e não adianta acender a luz.
fazer poesia é descrever
coisas e sentimentos com
lindas metáforas.
nunca estudei muita figura
de linguagem, sou literal
no que sinto, e desprezo
tocadilhos. sou um péssimo
poeta, coitado.
o dia só confunde
com todas aquelas sensações
ao qual estamos expostos
não posso. me calo.
a noite é fria e linda
e boa até quando chove
não posso ficar deitado
deixando de pensar muito
bem na cozinha onde
belisco qualquer coisa

dois patinhos na lagoa

dois patinhos na lagoa
quem diria
sou mais velho do que penso
mais intransigente do que posso
se dizem que só durmo e coço
é um troço que eu já trago lá de dentro
se são dois patinhos na lagoa
se viver é o desfrute do à toa
se o tentar é o que vale, e eu tento,
não espero chegar no setenta
se a vida não continuar a ser boa.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Sandyjunior se separou
Agora ferrou
Separou como?
Sandyjunior não é nome composto?

terça-feira, 17 de abril de 2007

Nair Bello morire...

porca miséria!
catzo!
porco dio!
madonna!
puta madre!
porca putana!
fanculo!
dio cristo!

ma che cosa io fare?

domingo, 15 de abril de 2007

a pinga marvada,
se bem dosada
te altera na dose certa
deixa a alma liberta
e a bochecha rosada
a priguiça é como a pinga marvada:
te vicia, te altera, te atrapaia.

Indo pru céu

Indo pro céu
vou eu
depois de muito
lambuzar no seu mel

Indo pro céu
Eu fui
e estou
e fiquei

Depois de muito voar
descansei
me calei
não briguei

só brinquei
me lambuzei
no seu mel
doce que
deixa
amarga minha boca
que deixa longe
minha roupa

Depois de muito voar
encostei aqui
pra repousar
pra resumir
pra resurgir
e me esbaldar

sábado, 14 de abril de 2007

in dubio pro reu

quando há única opção
já não tem mais opção
sem dúvida
se é única
é cínica
nem sendo cênica
há opção sentida

se há única opção
não há jeito-maneira
não há solução, não tem problema
nem se sabe não cabe não

in dubio pro reu
em dúvida apenas
na certeza, condene
e perpetue que não há
o que não tem, não existe
não insiste
apenas

a continuação
apenas há continuação

sexta-feira, 13 de abril de 2007

farinha de milho eu sou
farinha do mesmo saco
se farinha eu sou
sou diferente de tabaco
pode cheirar
pode cumer
e se lambuzá

farinha pra encher a barriga
farinha de milho e canjica
emília de milho, canjica e fubá
fubá de milho cum ervilha
cê num encontra em qualquer lugá

mas, mesmo assim,
moço abuzado
eu exijo me respeitá
quero que raspe o prato
e num deixe nada sobrá

Anjo Rafael

Com passo tão apressado
Que passou e ninguém viu
Nem parou pra pensar
Só sumiu
Fala Fala Fala Rafilas
Sapeca
Sapeca
Sapeca de novo
Sapecou tanto e fugiu
Estava lá
E sumiu
Num passo bem ansioso
Consumiu
Compasso descompassado
Com passo bem agitado
Virou anjo e subiu
No céu da liberdade
Com muita preguiça e vontade
Tirou de Deus tudo o que conseguiu
Virou seu aliado
Melhor amigo e fiel
Deixou Deus destronado
E depois de tudo isso,
Sentou no trono e dormiu.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

farinha de emília

emília me disse:
sem muito pé e só um pouco de cabeça
só um pouco de cabeça, disse emília
farinha de milho, emília, é fubá
farinha de milho, emília, é fubá
polvilho de milho não faz pão-de-queijo
não faz pão de-ló, nem de ia-iá
polvilho tem cheiro mineiro de queijo
de leite, de angu e de mar
de mar?
não tem mar em minas
só foi pra rimar
emília me explica
com pé sem cabeça
compasso acertado
com passo apressado
posso parar pra pensar?
farinha de trigo pra pão de ia-iá
farinha de milho, emília, é fubá
se quando rima alforria
se põe pra fora, é bom a beça;
se fica dentro, dói de um jeito
minha cabeça

até se presto, não manisfesto
se até eu jogo, não sei se eu tento

se põe pra fora, se esculacha
daí eu acho, até combina
se ela vê, se ela gosta
quem sabe. ela ria

se põe pra fora, é bom a beça;
se quando rima alforria