quinta-feira, 12 de julho de 2007

Lá do mosteiro
Ouviu-se um morteiro
Um tiro certeiro
Que feriu
Por inteiro
O coração
Da donzela
Que esperava tanto
O seu amado Monteiro
Ser o primeiro
A lhe pedir a mão

quarta-feira, 11 de julho de 2007

vou escrever uma poesia
xiiiii, não conta pra ninguém.
não quero que ninguém leia o que eu vou escrever, hein
e não quero que saibam que eu gosto dela
xiiiii, não posso dizer o nome, nem a cor do seus olhos,
jamais falarei da sua pele, do seu sorriso e do cheiro que eu sinto quando eu me aproximo do seu pescoço.
xiiiii, já não conto pra mim mesmo.
vou deixar bem debaixo do tapete, bem debaixo mesmo.
até eu esquecer dela. e pensar em qualquer outra por bons momentos.
e quando aquele pensamento, safado e esperto, que escapa do fundo e aparece
que nem uma lagartixa saindo do armário, e daí eu lembro que eu ainda penso nela,
aí sim vou sentar e escrever uma poesia, que fale dos seus olhos, da sua pele,
do seu sorriso e do cheiro que eu sinto quando me aproximo do seu pescoço.
xiiiii, por enquanto é segredo.

terça-feira, 10 de julho de 2007

jogar tênis nos fios
pode causar curtos circuitos
nos fios de cabelo
daqueles filhos que não têm mãe
pode causar curtos circuitos
nas sinapses
nos neurônios
e deixar
as mães
neuróticas

e por essa ótica
eu não enxergo
nada à minha volta
e quando volto
jogo meu tênis
no meio da sala
esqueço minha alma
pela escada
e repouso-me
sobre os fios de cabelo
que escondem
os curtos circuitos
que aparecem no caminho
daqueles meninos descalços